Perguntou de onde vinha a paz. Se era uma coisa que vinha de si, quando determinadas forças e conjunções a isso se pudessem predispor, ou se, em certos casos, poderia até ser uma coisa alcançada, que dela exigisse algum trabalho adicional. Responderam-lhe que a paz era uma coisa muito interior, que podia ser alcançada quando determinadas forças e conjunções a isso se pudessem predispor mas que em cada um de nós haveria a capacidade, melhor ou pior, em certos dias, de a alcançar. Responderam-lhe isso com aquele ar terrivelmente adulto, que não permite qualquer outra pergunta. Com uma certeza encerrada. Foi para casa pensar naquilo. Como haveria de a divisar. Ou, como conseguiria em primeiro lugar, vislumbrá-la, já que só se pode alcançar aquilo que está ao alcance dos nossos olhos. Certo é que começou a fazer esse exercício diariamente. Primeiro não viu nada. Perscrutava com uma atenção focadíssima e nada conseguia aferir, para além das coisas normais das coisas normais. ...