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A mostrar mensagens de julho, 2020

espelho de mim

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Abraçar-me sem ser um bom dia. Sem ser o dia certo. Sem ter o que celebrar. Nem sempre o consigo e muitas vezes nem me lembro de o fazer. Fica a zanga interna. A sensação do “podia ter feito melhor”. O dia que teve altos, mas cujos baixos apagaram a luz e nada deixaram. Geralmente fica o discurso interno sobre as mil coisas que eu sabia fazer diferente. Ou as escolhas pelas quais não optei. Ainda o escuto, em sussurros, em apertos e pequenas descamações na pele e nos espaços vazios da alma. Podia escutar mais… ou evadir-me numa escapadela mental que me permitisse estar longe de mim até as vozes se calarem. Só que, por um acaso somente, recordei-me de quem sou. E de onde estou. E do que quero. Um só instante que me permitiu abrir-me os braços e guardar-me dentro. A voz mais sábia que me sussurrou: eu sei quem és. E ser quem és chega. E amo-te, não importa o resto. Estou aqui para ti. E chegou-me. O abraço que me dei e poderia não ter dado. As palavras que me disse e poderia n

The Journey, by Mary Oliver

 viagem (Mary Oliver) Um dia descobriste finalmente o que tinhas que fazer, e começaste, apesar das vozes à tua volta continuarem a gritar-te os seus maus conselhos - apesar de toda a casa ter começado a vacilar e sentires o velho esticão nos teus tornozelos. "Corrige a minha vida!" gritou cada uma das vozes. Mas não paraste. Sabias o que tinhas que fazer, apesar do vento ter suplicado com os dedos apontados às mais profundas fundações, apesar da sua melancolia ser terrível. Era já muito tarde, e uma noite selvagem, e a estrada cheia de ramos caídos e pedras. Mas, à medida que deixavas as suas vozes para trás, as estrelas começaram a arder por entre as camadas das nuvens e surgiu uma nova voz que aos poucos reconheceste como tua, que te fez companhia enquanto avançaste cada vez mais fundo no interior do mundo, determinado a fazer a única coisa que podias fazer - determinado a salvar a única vida que

do que peço à vida...

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que me livre de tudo o que me impeça de ser feliz. que me rodeie de pessoas de bem com a vida.  que me continue a provar que duas linhas não se cruzam à toa - e que nem sempre as perdas são  verdadeiras perdas. que me acalme a alma quando tiver de deixar ir quem foi importante para mim.  que seja leve quando tiver de me (re)ensinar que há coisas que não dependem da minha vontade,  que nada dura para sempre ( nós só fingimos que não sabemos... ), e que há uma linha que separa o  tempo das reticências do tempo das vírgulas e do tempo dos ( necessários ) pontos finais. http://www.asnovenomeublog.com/